Um tempo neste Natal.

23/12/2014 15:20

Por Delmar Bertuol

Em sua coluna no Correio do Povo de domingo último (21.12.14), Paulo Mendes reflete sobre estes dias corridos em que vivemos, abreviando o tempo dispensado às pequenas coisas, que são no fim de tudo, grandiosas para nossa vida. Para nossa felicidade. Está correto, o Paulo Mendes.

 

Apesar de não ser cristão, eu aprecio muito o Natal. Independente de dogmas ou credos, esta época mexe, inevitavelmente, com as pessoas. É o tempo, como lembra o Mendes, de rememorar a infância. É a época da nostalgia sempre gostosa, pois sempre enganosa. Nostalgia é isso. É o enganar-se. É achar que os tempos de outrora é que eram bons. É só se lembrar dos acontecimentos felizes, renegando as dificuldades e momentos difíceis. Não é uma crítica. Pelo contrário. Viva a nostalgia!

 

Que neste Natal, achemos tempo para as pequenas coisas. Um chimarrão com o vizinho. Uma visita ao amigo longínquo (promessa antiga, lembra?). Um divertido amigo secreto com a turma (e vale mentir: o meu amigo secreto é uma pessoa muuuuuuito legal). São essas pequenas coisas que nos fazem, repito sempre, pessoas melhores. Pessoas felizes, numa troca de energias, em que se está sendo feliz fazendo outros felizes.

 

Arrumemos tempo para escrever aquele poema que julgamos que ficará horrível. Provavelmente ficará mesmo impublicável, posto que tão ruim, mas e daí? Escreva para ti mesmo, não para outros. Libere o poeta que existe em ti, seja ele bom ou ruim. Ou mesmo péssimo. Sabe aquele livro clássico que tu está se arrastando na leitura há meses, pois o está achando muito ruim? Feche-o e guarde-o novamente. Não se dê ao luxo de gastar tempo com algo que não está lhe agradando. Escolha outra leitura. Vale até Paulo Coelho.

 

Faça como eu, que farei como o Paulo Mendes. Ache um tempo para as pequenas coisas, para os pequenos gestos, para os pequenos presentes. Ache tempo para as coisas boas da vida. Apesar de ser o aniversário de Jesus Cristo, não é época de penitência. É época de felicidade.

 

Portanto, ao cristãos, aos não cristãos, aos ateus e aos agnósticos como eu, vai um pequeno gesto, mas que é ao mesmo tempo grandioso: Feliz Natal.